“Daria tudo para que meu filho tivesse se vacinado”, diz pai de vítima à CPI

Colegiado fez audiência pública na segunda-feira (18/10) com familiares de vítimas e pacientes da Covid

CPI - Marcio Antonio perdeu o filho na pandemia

CPI da Covid-19 fez, na segunda-feira (18/10), uma audiência pública destinada a colher o relato de vítimas da Covid-19 e familiares que perderam entes para a doença de diferentes regiões do país.

O colegiado ouviu a enfermeira Mayra Pires Lima; Katia Shirlene Castilho dos Santos, que perdeu parentes para a doença; o paciente de Covid Arquivaldo Bites Leão Leite; Márcio Antonio do Nascimento Silva, cujo filho morreu em decorrência da Covid, Giovanna Gomes Mendes da Silva, que perdeu a mãe e terá a guarda irmã de 10 anos, e Rosane Maria dos Santos Brandão, que ficou viúva.

Márcio foi convidado a participar da audiência após ficar conhecido por recolocar cruzes que foram derrubadas durante manifestação na praia de Copacabana em homenagem às vítimas da pandemia. Emocionado, ele relatou à CPI os últimos momentos com o filho de 25 anos, morto em março de 2020. “Três dias depois de enterrar meu filho, eu ouvi aquela fatídica frase: ‘E daí?’. Isso me gerou muita raiva, muito ódio, me fez muito mal”, disse.

“Eu quero que alguém me faça entender por que lutar contra a máscara, contra a vacina? Eu quero entender. Eu daria tudo para que meu filho tivesse essa chance. Daria tudo para que meu filho tivesse se vacinado”, continuou.

O convite para ouvir parentes de vítimas e pacientes da Covid partiu de requerimento de autoria do vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e foi aprovado em sessão relâmpago na última sexta(15/10). (Metrópoles)

O representante da ONG Rio de Paz Antônio Carlos Costa também participa da audiência e foi o primeiro a falar. Ele criticou a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) frente à crise sanitária. “Incompetência, descaso e irresponsabilidade. O que vimos foi a antítese de tudo que se esperava de um presidente da República. Ninguém aceitaria isso em nenhuma nação desenvolvida”, disse.

“O testemunho dessas pessoas é de extrema importância, uma vez que nos aproxima da dor do outro e dá voz a milhares de outras famílias que foram dilaceradas por essa pandemia”, justifica o vice-presidente da CPI. (Metrópoles)

 

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