A história do negro porteiro de faculdade que se formou em Direito no Brasil

A história do porteiro de faculdade que se formou em Direito no ES 2

O porteiro Darlivan Caetano, de 64 anos, virou inspiração para muita gente: ele se tornou aluno da faculdade em que trabalha, na Serra, e atualmente, após se formar como bacharel em Direito, ele já concluiu três cursos de pós-graduação.

Darlivan voltou a estudar aos 54 anos. A ideia surgiu após o porteiro ver alunos entrando e saindo da faculdade. Ele chegou à conclusão que tinha vontade de voltar à sala de aula e realizar o sonho antigo de se formar.

Como funcionário, ele tinha desconto na mensalidade e aproveitava os intervalos para estudar. “Eu não marcava bobeira. Tem o horário da entrada de alunos, que requer da gente muita atenção. Depois que os alunos estavam na sala de aula, acomodados, aí o tempo ficava mais light e eu aproveitava a folguinha e ficava de olho nos livros”, contou ele, em entrevista à repórter Naiara Arpini, da TV Gazeta.

A trajetória de Darlivan chamou a atenção de colegas e professores. “Essa dedicação dele se transformava em boas notas, em um aluno frequente e interessado que acabava mostrando resultado final surpreendente. Aquilo tudo que tendia a levar ele a abandonar o curso, ao contrário, era o grande combustível dele”, disse o professor de Direito Felipe Sardenberg Machado.

Após os cursos de pós-graduação, Darlivan segue estudando para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Enquanto isso, continua trabalhando como porteiro na faculdade e presta serviços de consultoria jurídica. “Tudo é passo a passo, e eu enquanto isso vou almejando e concretizando meus sonhos.”

O passado de Darlivan foi de dificuldades

“Parece que eu não estou vivendo uma realidade. Isso é até emocionante, mas é uma realidade que mexe muito comigo. Eu vim da periferia, desiludido, porque fui envolvido com drogas. E esse envolvimento me levou a perder até a memória”, lembrou.

Hoje, ele vai atrás de cada vez mais conhecimento. “Eu busco atualização e a leitura, porque a leitura faz parte do operador de Direito. O operador de Direito que não lê e que não se atualiza não vai ser bem-sucedido.”

Fonte: Portal CMNews

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