O caso do veículo Clio Vermelho encontrado abandonado no Renascença com mais de R$ 1,1 milhão no porta malas foi alvo de duras críticas, ontem, na reabertura dos trabalhos da Câmara Municipal de São Luís.
O presidente da casa, vereador Paulo Victor, entende que se trata de um esquema de corrupção ativa. Ele relacionou o fato do automóvel da Renaut ter parado em frente à residência da sogra de Tonho Braide, irmão do prefeito Eduardo Braide, com o resgate do condutor Guilherme Teixeira, conhecido como Guilherme Bucho, pelo Honda Fit registrado em nome da mãe do chefe do executivo municipal.
Paulo Victor acredita que com as investigações da Polícia a capital maranhense certamente verá o desvendamento de um esquema de corrupção que envolveria os Braide, construtoras e fornecedores.
“Muita coisa ainda vai acontecer. Um carro pego com mais de R$ 1 milhão, e outro carro, que é proveniente da mãe falecida do prefeito Eduardo Braide, pegou o motorista. E tudo será provado, absolutamente tudo”, observou Victor.
Clima tenso – A sessão, marcada por duras críticas também de outros vereadores ao prefeito Braide, ilustrou o clima de tensão entre a Prefeitura e a Câmara de São Luís, mostrando um cenário de descontentamento dos parlamentares com o Executivo municipal
Mostrando insatisfação com a administração municipal, os parlamentares questionaram a aplicação dos recursos públicos. Também foi reclamado o fato de não serem pagas emendas parlamentares, o que tem inviabilizado a promoção de políticas públicas de interesse dos ludovicenses.
Em meio às críticas, o presidente da Câmara, Paulo Victor (PSB), defendeu que os vereadores sempre atuam de forma pertinente e não utilizam os recursos da Câmara para fins políticos.
“A postura desta Casa é de zelo e compromisso com a transparência. Nossos parlamentares sempre se posicionaram com muita coerência e nunca utilizaram os recursos desta instituição para politicagem. É preciso ter integridade e seriedade com a coisa pública e estas denúncias, que são fortes, envolvendo o prefeito e seus servidores, devem ser investigadas”, disse o comandante da casa, fazendo referência à descoberta de R$ 1 milhão, em um veículo no bairro Renascença.
“Falta de diálogo” – O vereador Umbelino Júnior (PSB) foi um dos principais críticos do prefeito. Em seu discurso, ele questionou a falta de diálogo do Executivo com o Legislativo municipal e acusou a administração de promover ações com objetivos eleitoreiros. Ele também chamou a atenção para o orçamento anual de R$ 5 milhões, aprovado pela Câmara para a Prefeitura, levantando dúvidas sobre como esses recursos têm sido aplicados.
“Problemas nos bairros” – Retornando de uma licença de três meses, o vereador Raimundo Penha (PDT) também criticou o prefeito, lembrando que o momento atual deveria ser utilizado para apresentar ações realizadas e não apenas promessas futuras. Penha destacou problemas sérios em diversos bairros, como a falta de energia pública e a estrutura precária de algumas escolas. Além disso, ele apresentou um requerimento para convocar o secretário municipal de Transporte para discutir a situação do transporte público na capital. “Este é um ponto que merece uma reflexão mais profunda, pois a transparência na gestão dos recursos públicos é essencial para a confiança da população”, apontou.
“Falta de zelo” – O vereador Nato Júnior (PSB) também não poupou críticas, alegando que o prefeito não respeita nem mesmo os membros de sua base de apoio e não demonstra comprometimento com as propostas que beneficiam a comunidade. “Há uma falta de zelo com as propostas que beneficiam a comunidade, o que é uma preocupação nossa, que deve ser considerada seriamente”, avaliou.
Convocação -Por sua vez, o vereador Astro de Ogum (PCdoB) apresentou uma convocação para discutir o não pagamento das emendas parlamentares, recebendo o apoio de Pavão Filho (PDT). “A falta de pagamento dessas emendas pode impactar negativamente os projetos e melhorias que beneficiam diretamente a nossa população”, frisou.
Liberação de recursos – O vereador Octávio Soeiro (PSB) cobrou a liberação de recursos destinados a uma unidade mista, que, segundo ele, ainda não foram pagos pela Prefeitura. “A saúde é uma área prioritária e qualquer atraso nos pagamentos pode comprometer a qualidade dos serviços prestados aos ludovicenses”, observou.
A sessão ilustrou um clima de crescente de tensão entre a Prefeitura e a Câmara Municipal, mostrando um cenário de descontentamento dos parlamentares, em relação à administração atual. As críticas feitas e requerimentos apresentados pelos vereadores refletem uma insatisfação generalizada com a forma como os recursos públicos estão sendo geridos e a falta de eficácia das políticas públicas implementadas pela Prefeitura.
Fonte: Portal o Informante