Após torturar e arrastar a vítima pelas ruas, Geucimar ainda passou por cima de Carlos Alberto quando fez uma manobra de ré no carro. A vítima morreu por múltiplas lesões pelo corpo, segundo a perícia.
O 2º Tribunal do Júri condenou a 13 anos e nove meses de prisão o empresário Geucimar Lima Duarte, acusado de amarrar um morador de rua a um carro e arrastar por vários metros no Centro Histórico de São Luís. A vítima, Carlos Alberto dos Santos, foi deixada, já morta, em frente a um Terminal de Integração de ônibus, na frente de várias pessoas.
O caso aconteceu durante a madrugada do dia 17 de maio de 2020 e câmeras de segurança no Centro Histórico flagraram o carro do empresário arrastando Carlos Alberto, de 34 anos, por três quilômetros em várias ruas, algumas calçadas com paralelepípedo.
As imagens mostram ainda que, durante o trajeto, o empresário parou para beber água, dada por um vigilante, que não esboçou reação diante da cena e, segundo a polícia, também não reagiu ao pedido de socorro de Carlos Alberto.
Após torturar e arrastar a vítima pelas ruas, Geucimar ainda passou por cima de Carlos Alberto quando fez uma manobra de ré no carro. A vítima morreu por múltiplas lesões pelo corpo, segundo a perícia.
Investigações e prisão
Depois do crime, Geucimar fugiu, mas foi localizado cinco meses depois do crime, quando o empresário voltou de São Paulo para São Luís.
Na época do crime, Geucimar disse que arrastou o morador de rua porque estaria sendo vítima de furtos em seu restaurante, no Centro Histórico de São Luís.
“Ele acusou o morador de tentar entrar no restaurante para furtar objetos e comida. No dia do fato, o morador teria sido visto entrando no restaurante. Um dos vigilantes pegou ele no ato e teria ligado para o empresário, avisando”, informou ao g1 o delegado Felipe César, que investigou o caso.
Nas imagens, o homem que aparece dando água a Geucimar também é um vigilante, que não esboçou reação ao ver o pedido de socorro do morador de rua. Na época, ele e outros vigilantes que ajudaram o empresário também foram indiciados pelo crime.
Julgamento
Geucimar estava preso desde a época do crime, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e só foi julgado na última sexta-feira (22), em júri popular. Ele foi condenado a 13 anos e nove meses de reclusão pelos crimes de homicídio praticado por tortura ou outro meio insidioso ou cruel.
O juiz, Pedro Guimarães Júnior, que responde pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís, destacou a forma como o crime aconteceu e acrescentou que Carlos Alberto também foi agredido antes de ser amarrado ao carro.
“As circunstâncias do crime demonstram uma maior ousadia do condenado em sua execução, uma vez que, após entrar em luta corporal com a vítima, armado com uma ripa de madeira, o acusado amarrou a vítima com cordas à traseira do veículo e não atendeu às súplicas da vítima, que apesar de já estar extremamente debilitada, continuou a ser arrastada pelo veículo por longo trajeto, tendo o corpo já sem vida sido deixado pelo autor em plena via pública, nas proximidades do Terminal da Praia Grande, ressaltando-se ainda que ao efetuar uma manobra dando ré no carro, passou por cima do corpo da vítima”, disse o magistrado.
O juiz também negou ao réu o direito de recorrer da decisão em liberdade, mas, na sentença, considerou que Geucimar está com um grave estado de saúde. Por isso, converteu a prisão em regime fechado pela domiciliar mediante monitoramento eletrônico.
Confira o vídeo: