Antes de terminar, março já era o segundo mês mais letal pandemia no Maranhão

Em 30 dias do mês, foram registrados 957 óbitos em decorrência de complicações da Covid-19. Mais de 6 mil pessoas já morreram desde o início da pandemia no Maranhão.

Modelo 3D do Sars-Cov-2, o novo coroavírus — Foto: Reprodução/Visual Science

Março é o segundo mês mais letal desde o início da pandemia no Maranhão, segundo um levantamento do G1, feito com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Até essa terça-feira (30), o estado já havia registrado 957 mortes por Covid-19.

Os números podem ser ainda maiores já que um novo boletim epidemiológico ainda será divulgado pela secretaria nesta quarta-feira (31).

Durante todo o mês, o Maranhão registrou, em média, 31,9 mortes por dia. O período só não é mais letal que junho do ano passado, quando 1.051 pessoas morreram em decorrência de complicações do novo coronavírus.

Março também teve o pior dia da pandemia, ao registrar 42 óbitos por Covid-19 em 24 horas. A marca foi alcançada na segunda-feira (29), exatamente um ano que o Maranhão teve a primeira morte pela doença confirmada.

Quando comparados com os dados de fevereiro deste ano, houve um aumento de 178% no número de mortes registradas durante o período. Já em relação ao número de infecções pelo novo coronavírus, foram contabilizados 21.945 novos casos em 30 dias.

As notificações de óbitos pela doença poderiam ser ainda maiores, já que segundo um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Maranhão é o terceiro estado que mais atrasa nas notificações de mortes por Covid-19. Os óbitos registrados no estado nesta semana, por exemplo, são de um mês atrás.

Com o avanço da pandemia em todo o estado, o Maranhão já confirmou 241.577 casos e 6.031 mortes pela doença até a terça-feira. Até o momento, 15.147 pacientes estão ativos, ou seja, em tratamento contra o novo coronavírus.

Ocupação de leitos

As taxas de ocupação de leitos para a Covid-19 registraram constante crescimento durante o período. A Fiocruz alertou nesta quarta-feira (31), que o Maranhão está em zona de alerta crítico, com 88% de ocupação dos leitos de UTI Covid-19 para adultos. A Grande Ilha de São Luís e Imperatriz ainda são as regiões que mais sofrem com a superlotação.

Em Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, por duas vezes, a taxa de ocupação de leitos mantidos pela rede estadual de saúde chegou a 100%. Atualmente, a cidade registra 30% a mais de pacientes em leitos de UTI do que o pico da pandemia no ano passado.

O levantamento aponta que em 30 dias, o número de internados em leitos enfermaria saltou de 664 para 990. Já em relação a leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), as ocupações subiram de 442 para 622.

Medidas restritivas

Para conter o avanço da pandemia no Maranhão, o governo do Estado publicou durante todo o mês de março, quatro decretos com uma série de medidas restritivas devido o aumento no número de casos, óbitos e internações por Covid-19.

Algumas das restrições anunciadas, por exemplo, no início do mês, já foram revogadas pelo governador Flávio Dino (PCdoB). No último decreto, que entrou em vigor nessa segunda-feira (29), ficaram estabelecidas as seguintes regras:

  • Comércio funciona das 9h às 21h na Grande Ilha de São Luís;
  • Shows e eventos suspensos por mais uma semana;
  • Bares e restaurantes voltam a funcionar com limite de 50% da capacidade;
  • Academias também abrem com limite de 50% da capacidade;
  • Templos, igrejas e instituições religiosas podem funcionar com 50% da capacidade;
  • Escolas funcionam com ensino híbrido; na rede estadual as atividades seguem remotas;
  • Atendimento presencial em órgãos públicos estaduais segue suspenso;
  • Serviços essenciais funcionam normalmente.

Vacinação

O Maranhão já recebeu 1.004.390 doses de vacina contra a Covid-19. Deste número, 365.442 foram aplicadas de 1ª dose (5,14%) e 110.357 na 2ª dose (1,55%).

O número corresponde a 36,38% das doses recebidas pelo estado (1ª dose) e 10,99% (2ª dose). A informação é resultado de uma parceria do consórcio de veículos de imprensa, formado por G1, O Globo, Extra, O Estadão de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL.

Devido a demora no cadastro dos dados dos vacinados, o governo do Estado abriu um seletivo que vai contratar pessoas que vão atuar diretamente na campanha de vacinação contra a Covid-19 em 191 municípios maranhenses.

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