Jovens pesquisadoras maranhenses desenvolvem pesquisa inédita com bioproduto que combate à dengue

Estudantes Marcelle Ataide e Thaylanna Pinto participaram de projeto que desenvolveu óleo capaz de combater o Aedes Aegypti. Ao g1, elas falaram da trajetória e de muitos desafios sendo mulheres na ciência.

Thaylanna Pinto e Marcelle Ataíde participam de grupo que desenvolveu pesquisa de combate à dengue — Foto: Reprodução/TV Mirante/Arquivo pessoal

A vida não é fácil para nenhuma de nós. Mas e daí? Devemos ter persistência e confiança em nós mesmas. É assim que Marie Curie, mulher cientista, ganhadora de um Prêmio Nobel de Química e Física, enfrentava as desigualdades e ocupava lugares inéditos.

No Maranhão, Marcelle Ataide e Thaylanna Pinto colocam esta frase em prática. As duas são jovens pesquisadoras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) que superaram os desafios e desenvolveram, de forma inédita, um bioproduto capaz de matar o mosquito Aedes Aegypti, responsável por doenças como DengueZika e Chikungunya.

Óleo feito a partir de plantas nativas

A estudante de química industrial, Thaylanna Pinto, foi uma das protagonistas do projeto. Em conjunto com orientadores, a jovem apresentou a ideia de um óleo feito a partir de plantas nativas ao Laboratório de Pesquisa Aplicação de Óleo Essencial da UFMA.

Os estudos começaram em julho de 2022, com o desenvolvimento do produto que foi concluído em novembro de 2023. Em 2024 o produto começou a ser testado em larga escala.

A pesquisa foi concluída no mesmo período em que o Brasil enfrenta um surto de dengue. No Maranhão, a doença já causou a morte de uma pessoa e outros 10 óbitos estão sob investigação.

Ao g1, a estudante explicou que o produto é feito de forma natural, usando como base plantas nativas como jardineira, cravo-da-índia e mastruz, populares no Maranhão.

Após a finalização, o produto vira uma espécie de óleo que, quando aplicado, é capaz de combater o mosquito. Uma solução que é de baixo custo e ecologicamente viável.

“Neste estudo, utilizamos os óleos essenciais, extraídos por hidrodestilação, de Alpinia zerumbet, Syzygium aromaticum e Dysphania ambrosioides, conhecidas popularmente como jardineira, cravo-da-Índia e mastruz coletadas no estado do Maranhão. Estes óleos essenciais foram transformados em formulações bioativas na forma de nanoemulsão produzidas através de método de baixa energia, baixo custo e ecologicamente viável”, disse Thaylanna.

A estudante conta que a motivação para iniciar uma pesquisa nesse ramo, veio da preocupação com o aumento dos casos de arboviroses no Maranhão e no Brasil. Além de um meio alternativo de proteção contra o mosquito, a iniciativa pensou na necessidade de um produto que não agredisse o meio ambiente e que fosse financeiramente acessível às pessoas.

“Este estudo nasceu visando trazer uma alternativa sustentável e economicamente viável através de formulações bioativas para aplicação de letalidade frente Aedes aegypti em todas as suas formas de vida”, ressalta a pesquisadora.

Apaixonada pela ciência desde muito nova, Thaylanna conta que o projeto é uma alternativa de combate à dengue que pode ajudar na diminuição de casos dessa e outras doenças transmitidas pelo mosquito, como o zika e o chikungunya no Brasil. Ao g1, ela conta que se sentiu honrada em como mulher, ter exercido um papel fundamental dentro dos estudos.

“O resultado positivo é graças ao esforço conjunto de toda a equipe. Mas, como uma mulher me sinto honrada em poder agregar com essa pesquisa pensada e criada em prol da sociedade”, disse.(Por *Matheus Barroso, g1 MA)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *